Pular para o conteúdo principal

Postagens

Destaque

Estorninho

ann h. Sua aparência era rígida, como a de uma coruja enquanto dorme. Suas coxas estavam adormecidas, seus pés tensionados há mais tempo do que se leva para perceber e seus joelhos apenas existiam para causar mais desconforto aos tornozelos. As suas costas, por sua parte, desenhavam um arco que de íris nada tinha: se mexesse de uma lado para o outro dava para ouvir ranger. Não como uma porta velha, mas como piso de taco, que vez ou outra range e vez ou outra sai do lugar. Na sua nuca e trapézio, se acumulavam nervos sempre pressionados e seus olhos eram vigilantes, como o de uma coruja enquanto acordada. Cada dor tinha sua vez de ser sentida, e todas ao mesmo tempo. Como numa multidão que se escuta voz por voz e essas, por sua vez, somam-se em todas. Simultaneamente, formando uma nova. Dores de diferentes lugares com diferentes timbres. Dores que construíam uma condição melancólica e pouco flexível. Dores que passeavam entre graves e agudos e disputavam qual gritava mais. Esteve, assim

Últimas postagens

A felicidade está nos bastidores, não no palco

Dia de janeiro